Al Di Lá

Você se lembra do filme Candelabro Italiano?

domingo, 1 de agosto de 2010

"Torresmo à milanesa " com Adoniran Barbosa e Clementina de Jesus

Adoniran Barbosa E Clara Nunes - 50s - Iracema

Adoniram Barbosa & Parceria

Quem não gostaria de estar naquele bar da Avenida São João acompanhado da Elis Regina e do Adoniram Barbosa, ambos cantando ¨Iracema¨? E, depois, com eles de braços dados, acompanhá-los passeando pelo Bexiga? No vídeo, como música de fundo, a ¨Pimentinha¨cantou Saudosa Maloca¨ caminhando pelos velhos casarios do bairro?
Tem mais Adoniran: com a Clara Nunes cantando ¨Iracema¨ e com a Clementiona de Jesus ¨Torresmo à milanesa.

Adoniran Barbosa e Elis Regina - Tiro ao Álvaro

Adoniran Barbosa e Elis Regina 1978 (completo)

CLARA NUNES & ADONIRAN BARBOSA - IRACEMA - SAMBA CANÇÃO

Eurovision 1965 - Bobby Solo - Se piangi, se ridi

Se piangi, se ridi

Assista a um vídeo antigo e outro mais moderno da música italiana SE PIANGI, SE RIDI, cantada por Bobby Solo. Estão aí, no blog. Espero que gostem.

Bobby Solo-Se piangi se ridi-

domingo, 25 de julho de 2010

sexta-feira, 23 de julho de 2010

al di lá

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al di lá

sábado, 13 de março de 2010

Seu Olegarinho

Enjoado, mesmo, era o Olegarinho, quando tomava uns tragos - bem diferente de quando estava sóbrio. Sãozinho, ficava na porta venda, imóvel e sério, com o pensamento perdido e os olhos voltados lá para os lados do Estádio dos Caturritas, esperando a chegada dos clientes. Atendendo, atrás do balcão - parecia um autômato -, ouvia os pedidos e os despachava sem muita conversa.
Vizinhos à venda o Seu Atilaninho, por um lado, e o Zorico, da Dona Júlia, pelo outro. Defronte, a Castelhana Casemira. Destes vizinhos, merecia destaque a figura magra da Casemira, sempre renegada despejando o seu linguajar em portunhol. Ora, brigando com o Alemão, seu filho – malandro, pescador, bom goleiro e ladronaço, como la gran flauta -, ora, vituperando pelas ausências do Seu Donor, seu coronel, que não vinha de fora, não trazia leite, nem verduras, nem lenha.
Com o tempo, tendo falido o seu comércio de secos e molhados, o Olegarinho vence uma concorrência para explorar o bar da Liga Operária, onde termina seus dias como ecônomo. Lá, ele servia martelinhos de canha, sambas, cachaças com vermute e gasosas. No bar da Liga, sempre, sobre o balcão, um vidro grande cheio de ovos cozidos em salmoura e um armário de vidro com bolinhos de carne e mil-folhas feitos pela Maria da Currucha. Quando ele se cruzava nos aperitivos, enfático, propalava frases feitas, ditos espirituosos, perguntas picantes, tudo sempre consonante com a graça do momento. Tudo sem mexer os músculos do riso. Só os lábios. Mas o que saia deles... Implicava com um e com outro. O Seu Ramãozinho, freguês dos pastéis com gasosa, também era freguês dos ditos espirituosos do ecônomo.
Um dia o Olegarinho, já nas águas, dali do balcão do bar, assistia ao seu Ramãozinho bater uma mão de Pif. Não deu outra, quando o vencedor juntava as fichas ganhas no pano verde da mesa, ouviu do Olegarinho uma pergunta: O senhor é fresco, Seu Ramãozinho? Pra quê...
Mas, foi na antiga venda, quando a velha castelhana sua vizinha chegou para comprar uma caixa de fósforos, que ele aplicou uma das suas saídas mais geniais. Sem cumprimentar a antiga cliente que chegara, o Olegarinho, com os olhos baços de tanto aperitivo, pegou-a da mão e, assim num jeito à cigana, virando a palma para cima, examinando aquela pele já rugada e macilenta, lascou um diagnóstico: a senhora tá menstruada, Dona Casemira...

A Tatuagem

Corriam céleres os últimos dias do século passado quando o destino, inexorável, afastara da cidade, a fim de atender a uma das trinta e tantas comarcas, nas quais atua nestas paragens da metade sul, um célebre jurisconsulto e tribuno local (inclusive, em passant, seria injustiça deixar de consignar, ser também o colega, colunista de uma acaciana coluna científico-jurídica de um hebdomadário local). E, vindo a calhar, dois de seus clientes, guaxos com a ausência do patrono, e notificados para prestar esclarecimentos na depê local, deram com os costados em nossos escritórios. E lá estávamos... O Plínio com um; eu com o outro; Deus com todos... O meu novo cliente: Pai Tanajara do famoso terreiro Reino de XAPANÃ, de quem me tornei amigo de todas as suas horas de precisão e das minhas de distração. O outro, o novo cliente do Plínio, já não mais Filho de Santo, agora, ex-discípulo disciplinado e Pomba Gira em ascensão das mais respeitadas em temas de heranças, operações astrais e, como diziam à boca pequena, prestava assistência a colegas advogados (não interessando no momento especular os motivos dessas assistências, porém, é de bom alvitre esclarecer serem os nossos clientes duas das mais concorridas, famosas e conceituadas das catorze pombas giras do município e arredores)... Pois, numa sala prestava depoimento o meu cliente e, na outra, contígua, o cliente do Plínio. Era este cliente que ditava para o boletim antropológico as suas características físicas: branco, ou afro-descendente; olhos castanhos? Altura e peso; até que idade morara com os pais? Quando seu primeiro trabalho? Tinha sinais característicos? Cicatrizes? Choviam os sim, os nãos. Tatuagens? Bem, aí, começou a pretear o olho da gateada... Cheio de trejeitos paissantistas e desenrolando as bichonices comuns ao ramo, depois de muitos achos que tinha, de nãos, de achos que sim, acaba levantando a blusa e mostrando, acima do mamilo direito, a paisagem de um sol vermelho e dento dele a silhueta de uma jangada ao fundo. Bem, e aí? Então? Mais algum sinal? Tem. Não sei. Acho que tem. A marreca leva as mãos à boca, assim como quem faz que está roendo as unhas e declara: Ah! Eu tenho vergonha de mostrar... Não Vou, não vou, não vou mostrar, mas tem. O Plínio, então, intervém, delicadamente, argumentando ao seu cliente, que ele não deveria sonegar coisas que são praxe nos boletins. Porém, continuava o cliente, cheio de trejeitos, se contorcendo mais que lacraia em cinza quente, quando resolveu por fim à sessão: virou-se de costas – ai que vergonha gurizes, dizia -, baixou as calças, junto a calcinha pink, rendadinha, e deixou à mostra a tatuagem que ostentava de nádega a nádega, bem abaixo, mesmo, do cócix. Ali, em uma letra cursiva, delicadamente vazada na pele, esta jóia do grafite universal: Vem, que o cu é teu!

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