Al Di Lá

Você se lembra do filme Candelabro Italiano?

sábado, 13 de agosto de 2011

Teste

Teste
Embora a vida comece aos quarenta, como dizem, é bom saber que qualquer objeto de nossos dias será antiguidade em 2051. Da mesma forma, qualquer fato passado lá nos idos de sessenta, ao menos para gurizada de hoje, é coisa jurássica. Dito isto, vamos a um teste. Se você não for alvo de cinqüenta por cento destas lembranças, parabéns... Se passar, paciência, não perca a esportiva. Isso é coisa que acontece. E, não é nada, não, mesmo por que você não é mais adolescente. Tendo crescido, ainda que não seja senil, aceite que você é alguém que já entrou na madureza. Vamos lá, então? Você lembra onde era a Rua da Morocha, (a ruazinha onde morava a Morocha)? A Avenida do Amor (ou Motel do Zoca, ou Dozocaliptos, como queiram...)? A Coxilha do Fogo? A Vila da Palha? A Travessa dos Bidivas? O Colégio das Irmãs ou a Cancha dos Bonneau? Viu? Você tá bem na foto, ainda... Você está se saindo bem, já de início. Mas, continuemos: Conheceu o Luís dos Burros, O Basílio da Bicicleta, O Zé Balhego, O Idílio Tetinha, o Arlindo Garua, o Menandro dos Ovos, o Alécio das Verduras e o carteiro de nome Emílio Caturrita? Viu? Olhe, sem crueldade nenhuma ( até por que não é do nosso feitio ), vamos ter que continuar este teste: Conheceu o cavalo do Graúdo? O macaco do Ernesto? O caminhão do Antônio? A égua do Bidoca, A Verruga do João Rodrigues? A carpintaria do Ondino? O Bar da Noca, a venda do Apolino, a churrascaria do Pedro Leitão, a Churrascaria Nascib e o bar da Dalila? E os carros de praça do Seu Venâncio, do Seu Alvim, do Zézinho e o do seu Nelson? Chegou a andar neles? Então, descontraiu? Chegou no pedaço? Ah! Sei. Começou a bater uma pequena deprê? Fique firme, tudo se acomoda. Não se entregue. Cantarole baixinho aquela sua velha e conhecida música portuguesa “Só nós dois é que sabemos”... Seu teste tem tudo para dar certo... Ainda que sejamos daquele tempo em que cruzávamos na rua, no inconsciente esplendor da nossa juventude, pelo Gilberto da Tica, pelo João do Cantalício, pelo Chico da Currucha, pelo Censinho do Euzébio, pelo Tenente Cibeira, pelo João do Pereca, pelo Zecão da Anita, pela Nair do Lolo (a Nair que vendia balas nos recreios do Vinte), pelo Adão da Pepita, pelo João Ticató, pelo Martin Ligeiro, pelo Zé do Julião, pelo Paulo do Picão, pelo Zé da Coxilha, pelo Ari da Pendica, pelo Adão da Cizica, pelo Padre Thomé, pela Piola do Ondino, pelo João do Vida, pela Lota do Budanha, pelo Lauro Surdo, e tantos outros. Tá, agora, relaxe que a crônica está no fim. Deixe a leitura do jornal para mais tarde, abra a porta da rua e tome um solzinho na calçada indagando por tudo e a todos. Vá. Sua idade o autoriza a viver indagando o nome dos vizinhos, dos forasteiros, de todo mundo ao seu redor – tudo bem longe dos filhos e dos netos para que eles não paguem mico, evidentemente. Não tenha pejo de ficar xeretando para saber o nome dos outros. Afinal, como se viu, (faça suas contas...), você pode estar correndo o risco de ter mais conhecidos lá em cima, do que aqui em baixo. Não é?

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