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sexta-feira, 18 de abril de 2008

A Vila da Palha


A Vila se estendia por toda aquela suave curva que nasce nas Três Marias e tem seu fim na Chácara do Aquilino. Por que da Palha? A explicação mais lógica seria pelo arranchamento que existia, com casas de barro e santa fé, desde onde nascia a hoje Avenida da Saudade e, encordoado como contas de um rosário, terminava lá no alto. O casario era por um lado só de calçada e tal se explica pelo fato de pertencerem à chácara do Aquilino as terras do outro lado da rua e ele nunca ter cedido ou vendido terrenos da sua propriedade. Desse lado, apenas a casa do Seu Pipi, O Aguateiro. Mais nada. Pelo lado dos arranchamentos, o primeiro bar naquela rua, hoje avenida, foi o do Nestor Crochi, numa casa de material, destoante dos ranchos. Na encruzilhada, onde hoje ensaia uma escola de samba, se localizava o rancho do Dininho Sete Quadras, bem perto da casa do vizinho Ursulino, da casa da Candinha. Foi quando a Vila já estava perdendo o seu pitoresco nome que nasceu, bem no alto, o famoso Cabaré da Teixeirinha, também conhecido, por um largo período, como Planeta dos Macacos. Na Palha, com suas três estrelinhas esculpidas na fachada, o primeiro armazém naquela zona, de propriedade do Seu Pompílio. Também tiveram certa fama, quando as casas de alvenaria começaram a descaracterizar a Vila, a Churrascaria Cavalo de Aço, do Felipe e o inesquecível Bar da Noca. Pois, foram ali, nas Três Marias, os melhores comícios que a população assistiu. Isto, enquanto a zona foi considerada o finzinho da cidade. Foi num comício ali na Vila da Palha que o Pedro Bitencourt fez reviver, referindo-se a um adversário medalhão da política local, que assistia aos discursos, a expressiva frase: É contigo mesmo, calça floreada. Neste mesmo comício, em que o Pedro estava com toda a corda, ele dizia três ou quatro palavras e o Cabana e o Aloi, que eram adversários, só para esculachar o discurso, lá das beiradas, gritavam: - Olha a Escola Rotary!!! Olha o incêndio da Escola Rotary!!! - alusão que faziam por que o Pedro defendia, à época, os acusados de um incêndio no prédio da escola. O orador, depois de muito escutar, já de saco cheio, pediu aos assistentes do comício que abrissem um caminho que havia adversários com vontade de se manifestar. Foi abrir a passagem e, desde o palanque, surgiram as figuras do Zé do Julião, Chinelo, Timotéo, e outros correligionários... Ai, menina!... Aquela quadra onde está a fruteira da Sirlei ainda era vazia e cercada de arame. Deu prá ver e conhecer os cobras mandadas em ridícula disparada... Noutra feita, ainda naquela zona, o Lauro Cavalheiro, num comício da ARENA, inventou de cumprimentar o Arthur Bachini, à época Deputado estadual pela sigla. Para surpresa, sendo comício de adversários, o Lauro vai até o palanque deles. Quando o Bachini estendeu as mãos para o abraço que imaginava fraternal, o Lauro, mesmo cercado de correligionários do Deputado, deu-lhe uma estrondosa bofetada. Tudo sem explicação nenhuma. Coisas de Política nos inesquecíveis comícios da Vila da Palha.

Um comentário:

Anônimo disse...

A Vila da Palha é um lugar comum, se calhar fica aqui, pelos lados da Malveira ou quem sabe na Madeira de João Jardim. . . mas existe de certeza certezinha. . . beijo Berenice

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