Al Di Lá

Você se lembra do filme Candelabro Italiano?

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Aula no DETRAN

É ponto pacífico e todos sabem, que foi assistindo torturantes aulas, rabiscando, desenhando e divagando que a humanidade tentou vencer o enfado formando, ao longo da história, grandes chargistas, caricaturistas, desenhistas, quadrinhistas - quiçá colunistas - e todo o tipo de cidadãos íntimos das artes. Pois, dia desses freqüentamos um curso relâmpago que nos tomou uma semana. Tivemos, por contingências do destino que voltar nesta provecta idade, a sentar num banco escolar e ouvir lições ministradas por um jovem professor. Como já não se faz mais alunos como antigamente não é novidade dizer que passamos por uma verdadeira tortura chinesa. No nosso primeiro dia de aula, de meio turno diário, sentíamos estar pagando pecados de natureza grave. Média ou levíssima, não eram. De certeza, cumprindo um o que aqui se faz aqui se paga, conseguimos levar os ossos intactos até a final sineta passando a pronto para a primeira aula. Depois, para comer a massinha que seria a segunda aula, preparamo-nos para enfrentar o jovem mestre com o espírito mais armado. Sentados numa daquelas incômodas carteiras escolares, tentando fazer do limão uma limonada, levamos uma agenda e uma lapiseira para analgésicos rabiscos. Foi assim que durante o desenvolvimento da aula, procurando uma forma de passar o tempo, redescobrindo, então, o tal drible ao enfado, escrevemos a crônica da semana passada. De sobra, como fruto da terceira aula, como assunto para uma próxima crônica, mudando de tática, passamos a contar, do início ao fim da aula, o número de vezes que nosso jovem mestre repetia a palavra “EU”. Assim, no estilo queremos ficar cegos se faltarmos com a verdade, computamos esse triste e antipático pronome pessoal reto da primeira pessoa do singular por sessenta e três vezes, por fração de cinco minutos. Coisa, como se vê, de deixar até psicanalista em parafuso. Nesta altura dos fatos, sem informar a quantidade total de “EUs” pronunciados, já que as aulas tiveram várias horas por três dias, só à altura em que foi gestada esta crônica, contabilizando direitinho foram pronunciados mais de quatro mil (4.000) vezes o nefasto pronome. Pior que isso só aqueles “NÉÉÉÉÉs?” usados como muletas nas constantes entrevistas radiofônicas. Três palavras e um “NÉ?” Três palavras e um “EU”... La nave vá... Pode? Bem, por Deus! Não pensem que estas linhas têm sabor de vingança... Embora tenha sido!

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