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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Cine Marabá

O Cinema Marabá e algumas coincidências
Paul Muriat, Miguel Aceves Mejía, Mário Zan, Jack Palance, Francis Girod, Robert Altman, Philippe Noiret e Jece Valadão. Esta é uma lista com pessoas que tinham muita coisa em comum entre elas. Todas partiram na corrida deste último mês de novembro. Num espaço de vinte dias. De 08 a 28 do mês elas fizeram parte da seção de necrológios da Zero Hora. Todas elas artistas. De todas elas, se fizermos um pouquinho de exercício de memória nos lembraremos. Foram íntimas no nosso dia-a-dia e na história do Cinema Marabá. Era escutando os magníficos arranjos de Paul Muriat que esperávamos em som ambiente o início dos filmes. Quando não era ele era o Ray Coniff. E, fora do cinema, num alta falante que anunciava o elenco dos filmes, ao cair das tarde, a música de fundo era uma canção que o Agustin Lara compôs para a sua amada Maria Félix, interpretada pelo mexicano Miguel Aceves Mejia. Miguel também foi protagonista de diversas fitas rancheiras da Pelmex que rodavam constantemente nas telas do Marabá. Sempre fazendo poses com seu cavalo negro e suas roupas de mariachi. Também quem nos deixou foi o famoso sanfoneiro Mário Zan. O Mário Zan desceu com o seu acordeão na mão, na nossa rodoviária, e foi para o Hotel da Dona Leonídia, antes de se apresentar no palco do cinema. Compositor que nos deu mote para, quando crianças, parodiar seu mais famoso dobrado, feito para o quarto centenário de São Paulo: São Paulo, quatrocentão, baixei as calças... e por aí ía. Lembram? Partiu, também, o vilão dos filmes de faroeste Jack Palance. Quantos e quantos filmes no cinema Marabá... Ele era sempre o bandido, com cara de mau. Falando em cara, quem esqueceu o rostinho da Romy Scheneider, a dos filmes em série sobre Sissi, a Imperatriz da Áustria. Pois a Sissi, em muitos filmes cult ou noir, daqueles que passavam nas quartas-feiras, por ser barato o aluguel da película, foi dirigida pelo Francis Girod, que nos deixou no dia 18. Em seguida compareceu nos necrológios o Robert Altman. Outro monstro sagrado dos filmes americanos que passavam na tela do Cinema Marabá. Sempre com filmes impactantes, sendo talvez o mais famoso o M.A.S.H, sobre o tema Vietnan. Outro: Philippe Noiret, que vimos há alguns anos atrás no filme o Carteiro e o Poeta, que contava um pedaço da vida do Pablo Neruda, participou de muitos fiilmes que rodaram nos anos sessenta e setenta, nas telas do Marabá - naqueles tempos de Brigite Bardot, do Alain Delon, do Jean Paul Belmondo. E, finalmente, partiu na semana passada, o famoso artista cafajeste Jece Valadão que sempre foi protagonista, quase nunca coadjuvante. Sempre fazendo papéis de vilão nos filmes de produção nacional. Pois bem, ninguém inventou o tema desta crônica senão, o destino, a coincidência de todos os listados acima terem sido íntimos do Cinema Marabá. Foi ou não foi? (02-12-2006)

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